3 lições que a NBA pode aprender com o fracasso épico do Phoenix Suns

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O Phoenix Suns foi eliminado oficialmente da temporada 2024-25 da NBA nesta quarta-feira, após somar sua 45ª derrota. Um time que começou o ano com Kevin Durant, Devin Booker e Bradley Beal — três dos maiores nomes ofensivos da liga — fora dos playoffs. Mas como isso aconteceu?

É hora de todo mundo que acompanha a NBA tirar lições valiosas com o fracasso retumbante dessa “super-equipe”. Aqui vão três ensinamentos que podem evitar que outras franquias passem pela mesma vergonha que os Suns viveram.


1. Shot-maker não é a mesma coisa que shot-creator

Todo mundo sabia que a defesa dos Suns seria fraca. KD já passou do auge na defesa, Booker e Beal são medianos no melhor dos dias, e o elenco não tinha um protetor de aro confiável. Mas o que realmente chocou foi o ataque.

Mesmo com três pontuadores de elite, o time nunca se tornou uma máquina ofensiva. A explicação? Todos fazem a mesma coisa: criam o próprio arremesso difícil — o famoso “shot-maker” — mas nenhum deles é um “shot-creator” de verdade, que atrai a marcação e gera arremessos fáceis pros companheiros.

Estatísticas que mostram o problema:

  • O trio Durant, Booker e Beal foi superado por 3.3 pontos a cada 100 posses, mesmo quando jogaram juntos.
  • O Suns é o time que menos ataca o garrafão na NBA. Só 16.2 arremessos por jogo na área restrita.
  • Apesar de estar entre os líderes em passes por jogo, o time é só 10º em assistências – ou seja, o passe não leva a bons arremessos.

Enquanto isso, times como os Cavs fazem menos passes, mas com muito mais propósito e resultado.

Lição importante: Não adianta empilhar estrelas que jogam igual. Você precisa de equilíbrio entre quem cria jogadas e quem finaliza.


2. Nunca faça trocas por impulso

A saída de Deandre Ayton foi o começo de vários erros. A relação estava desgastada? Estava. Mas a pressa pra mandá-lo embora custou caro demais.

Erro grotesco: Segundo Adrian Wojnarowski (ESPN), os Suns fecharam o negócio com o Blazers sem saber quem iam receber de volta. O GM de Portland chegou a dizer: “Confia em mim, você vai gostar do jogador surpresa.”

O pacote incluiu Jusuf Nurkić, Grayson Allen e outros nomes que pouco ajudaram. Nurkić é lento e limitado na defesa. Allen é um bom arremessador, mas o time já estava lotado disso.

Resultado:

  • O contrato de Nurkić era tão ruim que os Suns tiveram que dar uma escolha de 1ª rodada só pra se livrar dele.
  • Allen conseguiu arrancar um contrato de 4 anos e US$70 milhões por falta de opções da franquia.
  • O ala Toumani Camara, envolvido na troca, virou destaque defensivo… no Blazers.

E teve mais: antes mesmo de saber se conseguiriam Jimmy Butler, os Suns enviaram sua única escolha de primeira rodada restante (2031) pro Jazz. Segundo o GM de Utah, esse era o ativo mais valioso disponível no mercado.

Lição fundamental: em negociações, quem tem pressa, perde. Se você não tem certeza do que está fazendo, o melhor movimento é não fazer nenhum.


3. O problema não é só o técnico

Desde 2021, o Suns já demitiu Monty Williams, Frank Vogel e está sob rumores de crise com Mike Budenholzer. Nenhum deles é um técnico ruim. Williams levou o time às finais em 2021. Vogel foi campeão com os Lakers. Bud é o responsável pelo título do Bucks em cima dos próprios Suns.

Mas algo se repete: o elenco simplesmente ignora os treinadores.

  • Quando Vogel esculachou o time após levar 35 a 4 do Clippers, os jogadores “reviraram os olhos e seguraram o riso”, segundo Shams Charania (The Athletic).
  • Já com Budenholzer, houve relatos de que ele brigou com Devin Booker pedindo para o astro falar menos nas reuniões. Clima tenso.

O verdadeiro problema pode estar no vestiário. Se nenhum técnico consegue ser respeitado, talvez o elenco precise de líderes melhores. Ou talvez a diretoria precise parar de trocar treinador como quem troca figurinha.

Exemplo positivo: Tyronn Lue chegou nos Cavs em 2016 e, mesmo com LeBron no elenco, não teve medo de peitá-lo e exigir comprometimento. Resultado? Campeões da NBA.

James Jones, atual GM dos Suns, estava naquele elenco campeão dos Cavs. Ele viu de perto o que significa um técnico com respaldo e uma equipe que aceita ser treinada. Mas até agora, não conseguiu replicar isso no Arizona.


Resumo: Como não montar um time como o Suns

Repetir perfis ofensivos sem equilíbrio = fracasso.
Fazer trocas por desespero = prejuízo a longo prazo.
Culpar só o técnico = esconder problemas estruturais.

Se outras franquias da NBA quiserem evitar esse tipo de colapso, precisam aprender com os erros do Phoenix Suns — uma equipe que parecia pronta para dominar, mas virou estudo de caso de como desperdiçar talento, escolhas de draft e respeito na liga.

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