Time de Haliburton elimina os favoritos e quebra recordes em uma das campanhas mais improváveis da história recente da NBA
O Indiana Pacers está de volta às Finais da Conferência Leste da NBA 2025 — e de uma forma que ninguém poderia prever. Após eliminar o Cleveland Cavaliers, dono da melhor campanha do Leste (64 vitórias), em apenas cinco jogos, os Pacers se tornaram o primeiro time abaixo da 3ª colocação a alcançar as finais do Leste em anos consecutivos desde que os playoffs passaram a ter 16 equipes, em 1984.
E mais: fizeram isso quebrando recordes, dominando estatísticas ofensivas e com atuações coletivas que reforçam que o time liderado por Tyrese Haliburton está longe de ser uma zebra. Se em 2024 muitos duvidaram da campanha por conta de adversários desfalcados, agora não resta mais dúvida: o Indiana Pacers é real.
Campanha improvável, mas avassaladora
Nos Playoffs da NBA 2025, os Pacers eliminaram primeiro o Milwaukee Bucks e agora despacharam os Cavs. Apesar de críticas que apontam desfalques dos adversários — como Darius Garland, Evan Mobley e De’Andre Hunter —, os números deixam claro que o Indiana dominou as partidas com chutes certeiros e jogo coletivo afiado.
Estatísticas impressionantes:
- Os Pacers são apenas o 6º time na história da NBA a arremessar com mais de 50% de aproveitamento geral e 40% nas bolas de três nos 10 primeiros jogos de playoffs.
- A equipe também lidera em assistências por cestas convertidas, com 68,9%, o maior índice desde os lendários Warriors de 2018.
Um arremesso melhor que o outro
No Jogo 5 contra os Cavs, Indiana converteu 50% dos arremessos, com 43% nas bolas de 3 pontos (15 de 35), sendo que 26 das 41 cestas foram assistidas — um reflexo direto do estilo coletivo e eficiente da equipe.
Tyrese Haliburton brilhou com 31 pontos, sendo seis bolas de três convertidas nos últimos três quartos. E mais: Haliburton já soma três cestas da vitória nos segundos finais de jogos de playoffs, ficando atrás apenas de LeBron James, que tem seis.
Cada jogo, um herói diferente
A campanha dos Pacers também chamou atenção pelo coletivo. Em cada um dos cinco jogos da série contra os Cavs, um jogador diferente foi o cestinha da equipe — algo nunca antes visto em uma série de playoffs com pelo menos cinco jogos.
Cestinhas dos Pacers em cada jogo da série:
Jogo | Jogador | Pontos |
---|---|---|
1 | Andrew Nembhard | 23 |
2 | Myles Turner / Aaron Nesmith | 23 |
3 | Bennedict Mathurin | 23 |
4 | Pascal Siakam | 21 |
5 | Tyrese Haliburton | 31 |
Especialistas em viradas históricas
No Jogo 5, o Indiana virou um jogo em que chegou a estar perdendo por 19 pontos no segundo quarto. Na série anterior contra Milwaukee, a virada veio após um desvantagem de 20 pontos no jogo decisivo.
Desde que a NBA começou a registrar jogada a jogada (em 1996), apenas cinco times conseguiram virar um jogo decisivo após estarem perdendo por pelo menos 19 pontos — e os Pacers fizeram isso duas vezes consecutivas nestes playoffs.
Dominando os momentos decisivos
Outro dado absurdo: o Indiana está invicto em jogos apertados nesta pós-temporada. Com a vitória sobre os Cavs decidida nos últimos minutos, os Pacers agora têm campanha de 5-0 em jogos “clutch” (decididos por cinco pontos ou menos nos últimos cinco minutos). Somente o Boston Celtics de 2024 alcançou esse feito até hoje.
A NBA virou um caos delicioso — e os Pacers são o símbolo disso
A temporada 2025 tem sido marcada por zebras históricas. No Leste, os Celtics, que eram favoritos, estão prestes a serem eliminados pelos Knicks. No Oeste, os Timberwolves (#6) eliminaram os Lakers (#3), e os Warriors (#7) passaram pelos Rockets (#2). Enquanto isso, Thunder (#1) e Nuggets (#4) estão empatados em 2-2.
E o draft? Até isso teve surpresa: o Dallas Mavericks, com apenas 1,8% de chance, ficou com a escolha nº 1 geral.
O que vem por aí?
Agora, os Pacers aguardam o vencedor de Knicks x Celtics, com grandes chances de encararem Nova York numa série que promete ser insana. O que era pra ser um caminho tranquilo para Cavs ou Celtics virou um roteiro de filme, e Indiana é o protagonista.
Como disse Brad Botkin, da CBS Sports:
“É caos, meu amigo. E o melhor tipo de caos.“